janeiro 05, 2010

Fábrica de emoções

JN cenário

Acompanhamos com desinteresse o “Caso do menino Sean”. Quanto menos interesse tínhamos, mais a Globo massacrava. Na Globo é assim, quando faltam notícias relevantes, impactantes, acachapantes, aporrinhantes, eles as criam. Você, caro telespectador indefeso e de boa-fé, que num determinado momento tem um estalo e desconfia que certa notícia está enchendo seu saquinho, saiba e tenha certeza que essa mesma notícia foi eleita deliberadamente com o propósito de lhe atormentar. Veja como…

Reunião preparatória para o Jornal Nacional. Bonner diz:

- Aí turma, tá feia a coisa. Nenhum tsunami… o Sarney continua fazendo o diabo mas temos que segurar senão o Lula corta verba… com a Record/Universal já está tudo acertado… o Arruda e a canalhada das meias e panetones estão em recesso… temos que criar coisa nova.

A Fátima Bernardes:

- Marido, e o lance das agulhas?

- Já torrou demais. Mostramos todo macumbeiro espetador do país. Mas, vá lá, na falta de coisa melhor vamos continuar explorando. São 50 agulhas no corpo do guri, já combinamos com a equipe médica de tirar uma por vez. Opera, entrevista, mostra mãe, mostra espetador e mostra algum outro agulhado de outro estado. Já conseguimos encaixar um monte.

- Então tá resolvido – diz a Fátima.

- Cala a boca mulher! É pouco. Precisamos de mais apelo emocional.

A Fátima diz (como medo de levar outro esporro do Bonner):

- Tem o caso do menino Sean.

E foi assim que essa trama irritante entrou na nossa vida. Dia após dia, uma campanha orquestrada com cuidado nos detalhes por atores muito bem preparados nas suas funções. Ninguém parece santo na jogada (talvez o Sean). Não se sabe quem é o mais esperto, se o pai bacteriológico, que contratou um canal de TV pra patrocinar e acompanhar toda a pantomima com ares de Show de Truman particular; se o padrasto brasileiro (advogado!!!!!!!!!) que conheceu o guri ontem e jura que o ama mais que tudo na vida, até dinheiro (tem gente que acredita); ou se a avó, com aquela cara de Dercy mais nova que não engana ninguém (tal mãe, tal filha – deve ter sido ela quem aconselhou a filha a fugir para o Brasil roubando o coitado do Sean).

Menos mal que toda essa armação, pelo menos dessa vez, surpreendentemente (sabe como é, Brasil, leis, STF…), tenha se resolvido sob a luz de leis internacionais e que o Sean tenha voltado pros States sob o foco de trocentas câmeras big brothers da TV que pagou pela armação. Já foi tarde. 

E nós… vamos levando. Seguimos vendo, três vezes ao dia, peças teatrais especialmente preparadas com o intuito comover, não de informar.

“Felizmente”, para a Globo, no reveillon o mundo desabou em Angra…

3 comentários:

  1. Putzdesgraça, quero morrer amiga de vocês hemmm

    E ai, aquele estagiário meio afeminado que vc’s contrataram vai cobrir o show dos 130 anos de Criciúma? É que estou de férias no Arroio Beach e não vou me deslocar pra Criciúma para ver o trio de ouro da cidade, digo Xatusa, Chocolate Sem Sal e Neguinho e Maionese, o Zeze e o Camargo até valeria a pena, mas o sol no Arroio está deslumbrante, depois eu mando uma foto da marquinha...

    Beijokas!!!!

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  2. Até você está sem assunto no blog para ter que falar do Sean..hahahaha...

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  3. Ei, não fala do Bonner que ele é o amor da minha vida!! (Sim, ninguém é perfeito.)

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