fevereiro 01, 2018

A questão sócio-animal em Criciúma


Mocréia, nossa cadela, passou mal. Saímos em busca de socorro nessa Criciúma de Deus e uma realidade nova deu as caras, uma realidade marcada por exploração, oportunismo e insensibilidade. Descobrimos que são estas três virtudes que movem o sistema de saúde, essencialmente privado, voltado para o mundo cão.


Todos os indícios indicavam uma virose. A gente tira por nós, quando dá aquela lerdeza e ninguém sabe direito o que é… é virose. Bom se fosse. Antes mesmo de botar a mão na Mocréia, a primeira mordida: cemzasso pela consulta. Apalpa daqui, apalpa dali e veio o direto no queixo: precisava uma tomografia. Podia ser tumor. Preço: duzentos paus.


Mocréia, na proporcional, beira os 90 anos. O Putz fez umas constas rápidas e pensou que de repente investir num filhote sairia mais barato. Investir = comprar uma cachorra zero bala. Mocréia, na real, já havia cumprido seu ciclo. Agora, diga isso para sua mulher. Se seu relacionamento está classificado como estável, prepare-se para a turbulência. No caso da Sra. Putz, simplesmente insinuar uma proposta de solução final em desfavor da cachorra deu início a um processo de ruptura conjugal.

E fez-se a tomografia. Não tinha tumor, era virose. Remédios: mais cemzão.

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